por Bárbara Coral
King of Fashion, Roi de la Mode, Re della Moda… você não sabe de quem estamos falando? Então precisa ler nosso post de hoje sobre o Rei da Moda, Paul Poiret!
Antes de feministas queimarem seus sutiãs, o francês Paul Poiret ficou conhecido por “queimar” espartilhos tirando as muheres da época do sufoco! ufa! O estilista que criou a silhueta da mulher do século 20, começou suas primeiras criações enquanto trabalhava numa fabrica de guarda-chuva (pluie!!! hihi) em meados de 1890. Em 1898, foi contratado como aprendiz do costureiro Jacques Doucet, suas criações foram usadas por atrizes famosas como Sarah Bernhardt.
Em 1901, ele deixou o ateliê de Doucet e foi trabalhar com Charles Frederick Worth (pai da alta-costura), o estilista que dominou a moda francesa no fim do século 19. Poiret abriu o próprio ateliê em 1903.O francês admitia que não sabia costurar e por isso não tinha como controlar toda a sua criação. No entanto, foi justamente a falta de treinamento em alfaiataria e confecção de vestidos que facilitou o avanço de suas técnicas. Em 1909, com a primeira temporada dos Ballets Russes, a elite descobre os encantos do orientalismo que passa a influenciar a moda parisiense inicialmente por Paul Poiret que cria pantalonas bufantes, quimonos, turbantes e estampas em cores vivas transformando suas clientes em almeias de harém. Poiret se considera um sultão vestindo as mulheres do seu harém com trajes faustosos de motivos orientais e organiza festas lendárias. Uma delas, inspirada nos excessos do Oriente chama-se “Noite 1002″.
Dez anos antes de Chanel, Paul Poiret lançou seu primeiro perfume, chamado de Rosine (o nome de sua filha mais velha), com fragrância, frasco, embalagem, publicidade e distribuição totalmente concebido por um costureiro. Também passou a criar tecidos apoiado nas oficinas de fabricação. Inaugurou em Paris uma oficina voltada para o ensino das artes decorativas. Batizadas com o nome de Martine (dessa vez, o nome de sua segunda filha), moças de condição modesta aprendem a criar e executar tapetes, luminárias, estofados e vários outros acessórios destinados à decoração da casa.
Tudo isso faz com que Poiret possa ser considerado o primeiro designer do século, estampando com a sua marca todos os seus projetos e conseguindo vender tudo, desde acessórios, perfumes, roupas a peças de decoração de interiores. Sua maison, que comercializava todos os seus produtos, tinha uma decoração extravagante, considerada vanguardista, assim como a maioria de suas criações, de suas festas e de sua vida da qual pôde conduzir até ser convocado para a Primeira Guerra Mundial, anunciando o fim de sua fantástica carreira.
Na volta da guerra, as mulheres já não se reconheciam tanto nos trajes glamurosos de Poiret que, aos poucos, vai se sentindo abandonado. Acreditando poder recuperar sua clientela com algumas de suas festas, ele organiza algumas delas com extravagantes convites e importantes presenças. Porém, as dívidas acabam só aumentando. Vende sua grande coleção de quadros adquiridos diretamente de Matisse, Picasso e Van Dongen, escreve algumas obras e, depois de fechada sua maison, passa a pintar quadros que ganham uma retrospectiva organizada pelo amigo Jean Cocteau em 1944. No entanto, Poiret se vê impedido de assistir a seu último sucesso, morrendo alguns dias antes da abertura da exposição, à beira da miséria e abandonado pela mulher Denise.
Na comemoração do seu centenário, foi contemplado com uma belíssima exposição no Metropolitan Museum, em NY, Poiret: King of Fashion (May 9, 2007-August 5, 2007) e com um lindo editorial na revista VOGUE onde Natalia Vodianova veste maravilhosos vestidos inspirado em seus looks.
Infelizmente o rei não reinou toda a sua vida, mas marcou a história da moda. Paul Poiret é um ídolo para estilistas e todos que apreciam esse glamuroso universo deveriam conhecer um pouco de sua vida.
Au revoir!!!