Então meninas, como houve interesse que eu postasse aqui no blog os textos que são publicados na minha coluna no jornal, cá está o primeiríssimo para vocês lerem. Caso tenham alguma sugestão de próximos temas é so deixar ali nos comentários como de costume ou no formspring ok? Vou adorar saber sobre o que vocês gostariam de ler.
Afinal, o que é moda?
Muito se fala sobre roupas, tendências , diferentes estilos e, por vezes, há preconceito em relação a moda. Acredito que isso ocorra, em parte, pelo seu caráter efêmero e por sua relação direta com a aparência onde, supostamente, privilegia o superficial. A moda possui implicações sociológicas e psicológicas no comportamento humano. Coisas simples, como sentir-se confiante, usando determinada roupa e vulnerável vestindo outra, fazem de consultores de estilo um dos profissionais mais solicitados na atualidade. Nesse cenário se pergunta: Afinal, o que é moda?
A palavra “moda” vem do latim modus, significa “modo”, “maneira”. É um sistema que se adapta à realidade do momento. É a manifestação de um contexto maior, seja ele político, social ou sociológico. Nesse sentido, pode-se lembrar do vestuário dos anos 50 e depois pensar nos anos 80. A todas as mudanças ocorridas no período, dá-se o nome de moda. Todas essas transformações foram reflexo da sociedade à sua volta. Moda é comportamento e tudo que está nas araras por aí foi pensado para a sociedade atual de acordo com seus paradigmas, necessidades e desejos. Ela funciona como uma forma de expressão, surgindo da vontade da diferenciação, de se mostrar único, mas sempre dentro um coletivo. Ou seja, a moda é a forma de um grande grupo com o qual nos identificamos.
Nessa questão de identificação, é muito importante a criação de uma identidade pessoal que é diretamente proporcional a seu modo de vestir. Quando há uma preocupação maior em apenas se usar o que é tendência, o que está ‘in’ nas Fashion Weeks sem haver preocupação com a identidade, que nesse contexto pode ser chamado também de estilo pessoal, há então uma postura submissa em relação a moda onde a mesma passa de caráter de diferenciação para superficialidade. Um exemplo é aquela pessoa que investe tudo em seu guarda-roupa, está sempre usando as últimas tendências do momento mas, mesmo assim, fica aquela sensação de vazio para quem vê. Em palavras claras fica “sem graça”. Isso ocorre justamente porque essa pessoa quer tanto se adequar ao coletivo, quer tanto se portar como a maioria, que esquece do individual, ou seja, não usa a moda como expressão da sua personalidade, por consequencia não define uma identidade, um estilo pessoal.
Então, usemos a moda ao nosso favor. Não considerá-la como superficialidade, tampouco assumir a posição se submissão diante de novas temporadas, pois a questão está no equilíbrio. Sobre a moda ser efêmera e transitória, os seres humanos também são e é esse comportamento que faz todo esse mecanismo acontecer. Segundo o filósofo Manuel Fontán de Junco, ” A moda conseguiu estabelecer uma ponte entre a beleza e a vida. A moda é uma arte que se usa, que se leva para a rua; é uma arte de consumo a que todos têm acesso”. É uma arte, uma manifestação feita pelo homem e para o homem. Então é a hora de criar uma identidade, um estilo pessoal. Fazer disso uma ferramenta de expressão e diversão. Afinal vestir-se também é um ato prazeroso e esse é o ponto.
Até a próxima semana!